sábado, 1 de maio de 2010

Definitivo

Definitivo, como tudo que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não cumpridas.

Sofremos por quê?
Porquê automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostariamos de ter conhecido e não conhecemos, por todos os filhos que gostariamos de ter junto com o nosso amor e não tivemos, por todos os shows, livros e silêncios que gostariamos de ter compartilhado. Por todos os beijos cancelados pela eternidade.

Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, conversar com um amigo, namorar.

Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderiamos estar confidênciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.

Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro esta sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.

Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz.

Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples: Se iludindo menos e vivendo mais!

A cada dia que vivo, mais me convenço que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos a felicidade também.

A dor é inevitável,
O sofriemento é opcional...

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